quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quando as luzes se apagam



O momento estava tenso, meu corpo estava inerte no chão. Os movimentos acima de mim pareciam tão rápidos e lentos ao mesmo tempo em que mal podia acreditar- os sons vinham rapidamente e as imagens lentamente. Não estava em perfeita sintonia. Meus olhos fraquejavam algumas vezes: via sombras e clarões, ficava com a vista turva e às vezes tentava enxergar, mas nada conseguia ver. Os sons se confundiam, mas podiam identificar vozes e sons de sirenes.

Meu coração parava aos poucos. Minha respiração ficava bem lenta e doía, dói tanto que as lágrimas caiam dos meus olhos. O sangue escorria lentamente pelas laterais do meu corpo, de tal modo que eu podia sentir o quão quente ele era e sentir seu cheiro forte perto de mim. Isso era o fim de tudo que eu havia planejado, pelo menos naquela hora. Sabia exatamente que não iria sobreviver- sim, quando a morte chega, você sabe que é a sua hora.

Eu tinha um futuro todo planejado: iria prestar prova para a faculdade, trabalharia, casaria, construiria uma família e, depois de velha, iria me aposentar e aproveitar minha vida com meus netos. Era perfeito meu plano, mas ele foi interrompido. Eu queria reverter aquela situação, voltar ao passado, evitar o eminente, porém nada podia fazer a não ser aceitar o fato.

A ultima batida do meu coração me vez rever minha vida: eu tinha uma família que me amava, amigos que eu gostava, uma vida completamente normal, a felicidade conquistada a pouco tempo era um fator novo para mim, estava em êxtase com meu novo relacionamento com um homem que me amava pelo que eu era e eu começava a viver realmente.

De repente tudo havia acabado. Meu coração parou. Não havia mais nada a se fazer. Podia sentir, pelas ultimas conexões nervosas existentes em meu corpo, que me deram alguns choques antes de declarar meu óbito. Nada mais restava em vida. Tudo estava acabado neste plano. Agora, tudo continuará no próximo. Até breve.

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