terça-feira, 30 de novembro de 2010

Memórias




Fechei os olhos rapidamente, ao abrir, olhei pela janela do meu apartamento e vi um monte de pessoas andando para um lado e para o outro, apressadas, sem tempo para aproveitarem a vida. Meus olhos se se estreitaram por um segundo, enquanto fitava o mar de gente abaixo de mim. Como é que elas não valorizavam o que de mais importante havia no mundo: a vida. A vida deve ser celebrada de todos os jeitos e maneiras ao em vez de ser ignorada.


Minhas mãos alcançaram rapidamente o vidro do copo de água que estava sobre a mesa em que eu trabalhava em minha ultima obra: Memórias. Olhei mais uma vez para a mesa, observando o manuscrito do meu ultimo livro em cima dela. Meu ultimo e primeiro livro.


Meu livro era uma coletânea de todas as minhas memórias, principalmente as boas, as minhas memórias que havia passado com meu ser amado. As mais doces lembranças dela seriam agora eternizadas em letras e orações que em harmonia criaram o livro em tributo a ela.


Aproximei-me do manuscrito, ajeitando perfeitamente uma carta sobre ele e acariciando-o sutilmente como se acaricia-se a face do meu anjo. Lágrimas frias caíram de meus olhos ao lembrar que havia a perdido tão brevemente para uma coisa que não pude controlar: a vida e a morte.


Ela estava na flor da idade, como eu, era apenas uma menina quando uma fatalidade lhe ocorreu: ela estava com uma doença que a matava a cada minuto e ninguém sabia o que era. Aos poucos ela fora morrendo e em quase dois meses depois, ela morreu, em meus braços. Prometi-lhe que jamais esqueceria que a tornaria imortal, e assim eu fiz. Porém não posso mais viver sem ela.


Peguei a arma, algo que acabaria logo com a minha dor. Encostei-a em minha cabeça,respirei fundo e tomei coragem. Podia sentir o metal gélido encostado na minha pele e aquilo me despertava um pouco. Atirei. Nada aconteceu. A arma estava com bala, mas ela não tinha ido.Respirei fundo e me sentei no sofá, porém logo levantei-me e fui até o armário de remédio e peguei meus calmantes.


Aproveitando minha garrafa de uísque, sentei-me no sofá com ela e os calmantes. Coloquei o vidro todo em minha boca e tomei vários goles de whisky. Alguns minutos depois minha respiração desacelerava, tornando-se lenta. Minha mente ficava vazia e meus olhos se fechavam. Meu coração parou lentamente, mas não senti. Logo a vi, me esperando, de braços abertos e seu sorriso angelical. Agora, eu serei realmente feliz.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quando as luzes se apagam



O momento estava tenso, meu corpo estava inerte no chão. Os movimentos acima de mim pareciam tão rápidos e lentos ao mesmo tempo em que mal podia acreditar- os sons vinham rapidamente e as imagens lentamente. Não estava em perfeita sintonia. Meus olhos fraquejavam algumas vezes: via sombras e clarões, ficava com a vista turva e às vezes tentava enxergar, mas nada conseguia ver. Os sons se confundiam, mas podiam identificar vozes e sons de sirenes.

Meu coração parava aos poucos. Minha respiração ficava bem lenta e doía, dói tanto que as lágrimas caiam dos meus olhos. O sangue escorria lentamente pelas laterais do meu corpo, de tal modo que eu podia sentir o quão quente ele era e sentir seu cheiro forte perto de mim. Isso era o fim de tudo que eu havia planejado, pelo menos naquela hora. Sabia exatamente que não iria sobreviver- sim, quando a morte chega, você sabe que é a sua hora.

Eu tinha um futuro todo planejado: iria prestar prova para a faculdade, trabalharia, casaria, construiria uma família e, depois de velha, iria me aposentar e aproveitar minha vida com meus netos. Era perfeito meu plano, mas ele foi interrompido. Eu queria reverter aquela situação, voltar ao passado, evitar o eminente, porém nada podia fazer a não ser aceitar o fato.

A ultima batida do meu coração me vez rever minha vida: eu tinha uma família que me amava, amigos que eu gostava, uma vida completamente normal, a felicidade conquistada a pouco tempo era um fator novo para mim, estava em êxtase com meu novo relacionamento com um homem que me amava pelo que eu era e eu começava a viver realmente.

De repente tudo havia acabado. Meu coração parou. Não havia mais nada a se fazer. Podia sentir, pelas ultimas conexões nervosas existentes em meu corpo, que me deram alguns choques antes de declarar meu óbito. Nada mais restava em vida. Tudo estava acabado neste plano. Agora, tudo continuará no próximo. Até breve.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Diarios de uma condenada



Ainda me lembro da vez em que eu fui transformada, da sensação e do tempo em que me encontrava. Era no século dezenove, mais exatamente 1876 e eu era uma jovem com um futuro glorioso. Meu pai era um conde, rico e com muitas posses e eu era a jovem mais bonita do local onde morava. Eu ia me casar com um conde, que era 4 anos mais velho do que eu. Juntos íamos ter uma família e um futuro, se não fosse um desastre.

Eu e meu noivo andávamos pela rua quando uma linda e atraente menina, acompanhada de um jovem igualmente belo nos para. Deveria ser por volta de meia noite, a rua estava deserta e fazia muito frio. Inocente, não me dei conta do que podia ser, porém John se deu e me mandou correr. Não deu tempo para ver ou se ter alguma reação, eu fora pega pelo pescoço e jogada contra a parede.

Ainda posso sentir o sangue escorrendo pela minha nuca e molhando a gola do meu vestido branco com detalhes em azul. Lembro-me que o meu noivo foi o primeiro a ser mordido, depois foi minha vez. Senti medo, frio e dor. Vocês sabem o que é morrer sofrendo? Isso lhe faz mudar completamente.

Quem me atacou foi o belo jovem. Ele sorriu sarcasticamente para mim, antes de me condenar. Alisou meu pescoço e falou que eu daria uma bela dama de companhia para ele. Ainda posso ter a sensação dos dentes afiados dele perfurando minha pele, atingindo minha carne e do meu sangue sendo sugado. Ele era sádico, não me deixou morrer ali. Ele, no final, passou sua língua na ferida e ainda mordeu meu pulso. Levou-me junto com eles, deixando meu noivo morrer ali.

De repente, no colo daquele desconhecido, a dor foi se elevando e tudo parecia queimar. Minha cabeça parecia explodir e eu gritava a plenos pulmões para que ele me matasse, para que aquilo acabasse. Foi assim durante dias, ate que parou. Senti meu coração parar e o frio me abater. Eu havia morrido.

Abri os olhos e a primeira coisa que eu vi foi os dois, me dando boas vindas e falando que eu havia demorado muito para voltar. Eles me mostraram como me alimentar, me deram roupas novas e me ensinaram tudo que eu tinha que aprender, porém eu os deixei e partir para a minha própria estrada, sozinha mesmo. Agora estou aqui, escrevendo o que me aconteceu e observando as pessoas andando. Fazer o que, quando não se tem nada o que fazer e você não pode dormir, você inventa o que fazer. Estou condenada, mas vou condenar muito mais.

Relatorio da memória


Chovia mais uma vez, uma coisa muito comum, porém, algo que me irritava um pouco. Minha cama era o local maravilhoso para se descansar, mas para se refletir era melhor ainda. Estava deitada em meu quarto, olhando para cima, observando o teto cinza sobre mim e pensando um pouco. Os dias haviam sido intensos desde o funeral dos meus pais, que foi há dois meses, desde então eu estava morando com minha avó e com minha prima, a vaidosa Valentina.

Minha mente vagava pelos momentos que vivia ali e pelo ultimo com meus pais. Sabe, foi antes de eles saírem comigo para irem até o shopping, era o meu aniversário, íamos comemorar. Lembro-me que na volta uma luz ofuscou nossas vistas, depois o carro capotou e uma escuridão tomou conta da minha visão. Minha memória era nítida demais, parecia que havia sido ontem. O som da sirene da ambulância, minha visão turva, o hospital, a face da minha avó, a noticia, a mudança. Tudo se misturava em minha mente e me fazia chorar.

Droga, eu havia prometido que não choraria mais, porém como evitar se o coração se estreitava na cavidade de meu peitoral. Por que eu havia sido condenada a viver sem o amor de meus pais? O que eu havia feito? A culpa me consumia por dentro e somente meu travesseiro sabia das minhas lágrimas.

Olhei para fora, pela pequena janela do meu quarto e vi o céu cinzento. Levantei-me e caminhei até a janela. Podia ver a paisagem bucólica do lugar e isso me acalmava. Respirei fundo, limpei minha face e abri a janela. O vento gélido entrou em meu quarto, percorrendo-o e me fazendo sentir calafrios, no mesmo momento fechei.

Eu iria para a escola no dia, já que estava “melhor” e “apta” para ir- ou assim pensava. Voltei para cama, fiquei fitando o meu computador que ali estava desligado. Olhei para o porta-retrato ao meu lado, a foto dos meus pais era meu conforto. Talvez um dia os encontrasse.

Senti como se algo fosse acontecer em minha vida, algo que seria novidade para mim. Convenci-me que era a escola o algo novo, afinal, eu seria a novata sem graça e inteligente. Fechei os olhos, me cobri e logo iria começar a cochilar, ou até mesmo dormir.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

[Fanfic] Desabafo de quem tem o que sonhava ter


Eu queria estar em seus braços só mais uma vez, aproveitando um pouco mais seu calor e ouvir mais uma única vez seu coração disparando quando eu lhe tocar. Queria tanto lhe ter ao meu lado agora, mas não posso, fiz uma escolha e tenho que encarar as conseqüências. Não é fácil sentir sua falta, mas tenho que me conformar.

Há muito tempo decidi sair da nossa cidadezinha, mas você optou por ficar. Agora, na frente dessa lareira, com as labaredas de fogo surgindo magicamente nela e o crepitar, com o frio e a chuva que cai lá fora, o que eu mais queria era estar ao seu lado, abraçando-o e sentindo seu carinho.

Se um condenado tem seu pedido, o meu é lhe ter agora comigo, sentir sua pele morna na minha fria, seus lábios macios nos meus e seus olhos me olhando ternamente. Você é meu ar, sem você não consigo respirar direito, mas só agora notei isso. Por favor, me salve.

Não sei se é por causa do excesso de vinho que já tomei ou simplesmente o vazio que sinto em meu peito – ou melhor, um buraco que provoca dores insuportáveis-, mas eu nunca lhe desejei como o desejo agora, neste exato momento.

A estrada que tomei foi vantajosa, mas não me sinto completa, feliz. Sinto como se tudo fosse uma cruel piada do destino, que me fez ter tudo que eu sempre quis, mas que me faz querer agora tudo que eu sempre tive: você. Não é realmente uma ironia? Eu sai de onde nasci em busca do que eu sonhava, agora que tenho, não vejo mais razão no que eu buscava e quero estar com você, em qualquer que seja o lugar, desde que você esteja lá.

Sabe, eu queria realmente voltar, me arrepender, mas meu orgulho me impede de fazer isso. Talvez regressar não seria uma má idéia, mas seria um desastre para meu ego. Então eu fico aqui e sofro, por não lhe ter, por não poder voltar.

A cada dia que passa, a dor piora e a vontade cresce de maneira completamente desordenada, o que me faz fechar meus olhos e rezar para que um dia eu lhe tenha novamente ao meu lado, mas até lá eu sofro calada, choro comigo mesmo e só fico pensando em você.



(Fanfic) Relatos amorosos



Foi no momento que ele me pediu para ser dele que eu soube que eternamente seria feliz. Nunca tive tanto quanto tenho agora, tenho uma pessoa que me ama, uma casa para chamar de meu lar, um casamento que esta preste a acontecer e um filho em meu ventre. Tudo me parece tão estranhamente bom que às vezes me pego pensando se é real. Terei uma família e isso basta.

Sim, ele amou a noticia de ser papai e a dei em nossa casa, na casa que optamos comprar para viver e montarmos nossa família. Estávamos eu e ele, deitado na cama que ganhamos, olhando o teto e em silêncio, foi quando percebi que era a hora perfeita para contar e o fiz. Ele me olhou feliz, me beijou ternamente e fez caricias em minha barriga. A novidade o pegara desprevenido, mas a reação foi à melhor que ele poderia ter.

Não sei exatamente o que é melhor: ter um filho com uma pessoa ao qual confio meu destino e meu ser ou essa pessoa me pertencer. O melhor dia da minha vida foi saber que eu carregava uma vida dentro de mim e a segunda foi quando soube que seria dele para sempre, assim como ele seria meu.

Sinto como se meu coração estivesse a uma velocidade esmagadora e minha mente estivesse no céu, era tudo tão repentino e maravilhoso que parecia surreal. Mas por incrível que pareça, tem momentos que parece ser incrivelmente assustador, mas quando esses momentos aparecem, meu amado surge e me tranqüiliza, feito um porto seguro para mim.

Nada para mim é tão importante quanto o que tenho agora e por nada neste e em qualquer outro mundo vou permitir que se destrua. Eu os amo e por eles dou minha vida. A meu bebê e ao meu amado, meu coração é somente deles.