terça-feira, 27 de setembro de 2011

Pequenos textos II


Não era para acontecer, mas aconteceu. Não lamentarei, não irei chorar, não gritarei. Para que chorar, não é mesmo? Lágrimas podem ser interpretadas erroneamente. Como pode ser uma lágrima tão triste ou feliz virar algo deturpado, assim como um sorriso pode ser compreendido também errado. Não irei lamentar, pois as coisas acontecem por algo. Não gritarei, pois gritos nem interpretados são. Irei correr, correr para nunca mais ter que andar. Ver, ver para nunca mais ter que fingir. Falar,falar para nunca poder me calar. Irei ser quem sou, irei sentir o que sinto, sem mais, sem menos. Sou doce, sou amarga, sou encanto, sou desilusão. Talvez seja uma alusão? Não sei! Posso não estar falando nada que faça sentido, mas o amor faz sentido? Ah como pude lhe amar? Doce, doce amargo que escorre pelas minhas entranhas. Como pude amar-te? Ódio, oh ódio! Por que não me dominaste contra ele? Ódio, oh ódio ! Por que me abandonaste quando mais precisei de ti? Queria ainda sentir ódio por ti, mas amo, amo muito, amo mais do que a mim mesma. Como aconteceu? Quando aconteceu? Ah doce ódio, por que não estais comigo? Só queria que meu coração já não batesse mais por ti, minha mente não pensaste mais em ti e minha boca não falasse tão docemente seu nome. Droga! Eu te amo. Estou confusa e nesta confusão não consigo escrever um texto coerente. Mas para que coerência no amor ou no ódio? Nada. Mil vezes nada. Te amo, mas como desejo nunca te amar.


Por que deixei partir meu amor? Ah! Por que? Por que não acreditei em você? Por que não o impedi? Por que? Por que? Fui estúpida, insensata, irracional. Não, fui pior, muito pior. Não vi que a felicidade estava a minha frente e, como num passe de mágica ou num sopro fresco de brisa, o vi partir. Queria que voltasse. Preciso de você. Desejo você ao meu lado. Mas por que eu fiz aquilo? A culpa não foi nossa. Não foi nossa culpa nossa criança ter partido. Um acaso a tirou de nossos braços. Mas eu o culpei. Desculpe! Mas não consegui ver sua face sem ver a do nosso bebê, não consegui sentir seu toque ou cheiro sem remeter àquilo que perdemos. Desculpe! Perdão! Eu…Eu acho que só queria trazê-lo de volta, mas o que adiantou? Perdi mais um ser que sempre amei. Sinto-me culpada, mas como não se sentir? Queria tê-lo novamente, mas será que um dia poderei? Será que um dia você me perdoará? A culpa não… Não foi nossa! Só queria que soubesse que… Te amo!




Ah doce noite! Tu me acolheste como uma doce mãe, mãe dos fugitivos, mãe dos excluídos, mãe das criaturas de teu ventre negro. Vós sois tão graciosa, tão bela que me instiga que me faz amá-la cada vez mais. No teu manto estou protegida e somente vós podes me abrigar agora. O sol, o rei sol, me expulsou de vossos raios quentes. Apenas você, oh doce mãe, me acolheu sem preconceitos, sem perguntas. Mãe, tu és tão pacientes com seus raios brancos que tocam tão sutilmente minha pele. Oh doce mãe noturna, amo-te, mil vezes amo-te. Tu és tão formosa com vossa lua e vossas estrelas. Estrelas que parecem doces pontos brilhantes no céu, como um diamante em um colar. Amo-te mãe e no teu seio quero viver eternamente.


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