terça-feira, 27 de setembro de 2011

Pequenos textos



“ Quem lhe contaste que preciso de esmolas errou. Se voltaste por pena, vá, não quero compaixão. Por mais que lhe ame, sei que não me pertence mais, que não queres mais a mim, que escolheste outra para por em meu lugar. Não é porque meu coração esta em pedaços, que meu mundo esta invertido, que tudo não faz sentido que por pena de mim mesma irei me submeter a voltar convosco sabendo que não me ama. Vá! Não olhe para trás. Vá! De vossa pena não quero nada. Mas se fores meu, se eu estiver errada, diga-me e irei segui-lo. Se me queres, toma-me em seus braços gentis, acalanta-me em vosso peitoral e me beije, como nunca me beijastes. Faça-me sua, faça-nos um só. Se isto for pecado, não me importarei se for verdadeiro. Desejo-te como desejo respirar todos os dias, quero-te como quero que meu coração bata todos os minutos ou segundos. Mas se não me amas e estais voltando por dó de meu sofrimento, vá embora. Pegue vosso corcel mais veloz e cavalga-te para longe de mim. Não voltes… Não, não voltes. Mas se me amas ainda, fala e serei somente sua, até o fim de minha vida.”



“Beijes teu único acalanto pela ultima vez, olhes pela ultima vez teu amado ser, dance vossa ultima valsa, aproveites seu ultimo dia, ouve o ultimo cantar da cotovia, durmas em um lugar macio e despes tua insanidade. Agora venha rápido, venha ligeiro ao meu encontro, venha comigo para os esconderijos mais profanos e nefastos da sociedade, venha. Chamo-lhe, pois queres vir, chamo-lhe, pois não agüentas mais ficar onde não se sentes bem meu caro, chamo-lhe porque sentistes bem ao meu lado. Diante de vossa agonia, chamo-te. Este caminho não terá volta, então penses antes de vir. Porém, mesmo assim, ainda chamo-te.”



“Afoga-te nos teus sonhos, durmas o sono dos imortais, baile com a luz noturna da noite, toma-te o vinho mais delicioso de toda adega, embriaga-te pelos perfumes em vossa volta, mas nunca contestes teu destino. Teu destino, Oh caro amigo, é vaguear sem rumo, por caminhos tortuosos, sentido a brisa da alvorada tocar-lhe vossa pele, como a luz toca sutilmente a rosa vermelha. Conforma-te, não insulte vossos ancestrais, nem insultes vossa sorte, apenas caminha-te e vá. Porém, não incomode o sono imaculado dos cravos e das rosas, que ainda estão silenciados no leito. Vai-te, nobre jovem, a procura de vossa agradável e imaculada sorte nos canteiros, bueiros e cantos quaisquer. “

“Já se fazia ali, oh doce aurora, à noite, o manto sagrado e escuro, o manto que ocultava qualquer um. Lá, em uma sacada qualquer de um castelo, uma nobre jovem observava a lua, a mesma lua que um doce jovem observava da rua vazia. Seus olhares estavam na lua, mas seus corações, um no outro. Ambos sofriam dos mesmos mal: amor e ausência. O que era o amor? Um brinquedo perverso que nos faz chorar, algo perigoso quanto à pólvora e o fogo? Quanto mais vejo isto, mas percebo o quanto o amor pode ser perverso. Oh céus! Por que nos deste um coração se sabias que ele iria se partir? Suspiros, suspiros a meia noite, a meia lua, a meio ser. Não sentimos quando não vivemos, mas se vivermos podemos não querer mais desejar viver mais. Será que isto era uma comédia, uma comédia divina? Será que era uma brincadeira maléfica de alguém superior a nos, pobres mortais? Oh, céus e todas as coisas divinas, por favor, imploro, não brinquem conosco. Não mais! Oh cupido, por favor, se afaste. Não queremos mais sofrer.”

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