quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Poesia do coração partido



Fiquei acordado
Sonhando e pensando na noite.
Quando ela começa,
Em um eterno crepúsculo,
Em um eterno começo e fim.

Fiquei me imaginando
Sem aquele ser que eu tanto me importo,
O que eu faria sem ele?

Minha vida iria mudar,
Não sei como,
Sei somente que talvez não fosse bom.

Eu queria mudar tudo,
De lugar, de nome, de memória
De coração, de mente, tudo.

Mas perdi minhas esmeraldas
Minhas turmalinas,
Minhas perolas,
Meus diamantes,
Minhas rubis
Meu ouro e prata.

Nada mais havia me restado,
A não ser, a lembrança do que um dia eu tive.
Porque aquele ser me levou tudo?
Será que eu realmente devia a ele
Ou simplesmente foi ingênuo demais para ver
Quem eu realmente era,
Alguém tão forte quanto eu sou?

Sinto saudades das turmalinas,
Juntas em perfeito harmonia com os diamantes
Em uma pulseira de prata,
Que eu carregava em meu pulso,
Mas que de tão grande, resvalava em minha mão

E a segurava fortemente.
Nunca quis ficar sem meus dedos,
Mesmo que os anéis tenham sido levados,
Mas olhem para mim agora, sou alguém sem nada.

Mas o mais triste de tudo é que:
Eu tive a escolha de ficar
Mas abandone meu lar
E deixei esmeraldas e prata
Chorando, magoadas,
Lamentando minha partida
E esperando meu regressar.

Olhando para meu passado,
Pude ver o desespero que causei
Deixando minhas jóias-pessoas
Para trás por causa de um único ser.

Pude ver no olhar do diamante
A tristeza constante
Ouvir na voz das turmalinas e dos rubis
Toda a praga da tristeza de quando parti
Observar na maneira de agir da esmeralda
A sofreguidão que deixei,
Mas o que me deixou mais preocupado
Foi o abismo em que o ouro e a prata
Jogaram-se e ficaram.

Não havia mais nada,
Mas o pequenino quartzo negro
Que mesmo sendo pequeno e sofrendo
Ali estava radiante com a minha chegada.

Na verdade, para a menor jóia de todas
Eu nunca havia partido, sempre estive ali
Mesmo que com lágrimas nos olhos
E apertos constantes no coração,
Ela sempre pode me ver,
Ver através do véu da solidão.

Sempre pensei que ninguém se magoaria
Mas até meu negro quartzo,
Mesmo fingindo não ter sofrido,
Ficou magoado
E hoje estou aqui, arrependido
Pelo fato consumado do passado
E escrevendo à meia noite
A poesia do meu coração partido
.

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