quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Poesia do coração partido

Fiquei acordado

Sonhando e pensando na noite.

Quando ela começa,

Em um eterno crepúsculo,

Em um eterno começo e fim.

Fiquei me imaginando

Sem aquele ser que eu tanto me importo,

O que eu faria sem ele?

Minha vida iria mudar,

Não sei como,

Sei somente que talvez não fosse bom.

Eu queria mudar tudo,

De lugar, de nome, de memória

De coração, de mente, tudo.

Mas perdi minhas esmeraldas

Minhas turmalinas,

Minhas perolas,

Meus diamantes,

Minhas rubis

Meu ouro e prata.

Nada mais havia me restado,

A não ser, a lembrança do que um dia eu tive.

Porque aquele ser me levou tudo?

Será que eu realmente devia a ele

Ou simplesmente foi ingênuo demais para ver

Quem eu realmente era,

Alguém tão forte quanto eu sou?

Sinto saudades das turmalinas,

Juntas em perfeito harmonia com os diamantes

Em uma pulseira de prata,

Que eu carregava em meu pulso,

Mas que de tão grande, resvalava em minha mão

E a segurava fortemente.

Nunca quis ficar sem meus dedos,

Mesmo que os anéis tenham sido levados,

Mas olhem para mim agora, sou alguém sem nada.

Mas o mais triste de tudo é que:

Eu tive a escolha de ficar

Mas abandone meu lar

E deixei esmeraldas e prata

Chorando, magoadas,

Lamentando minha partida

E esperando meu regressar.

Olhando para meu passado,

Pude ver o desespero que causei

Deixando minhas jóias-pessoas

Para trás por causa de um único ser.

Pude ver no olhar do diamante

A tristeza constante

Ouvir na voz das turmalinas e dos rubis

Toda a praga da tristeza de quando parti

Observar na maneira de agir da esmeralda

A sofreguidão que deixei,

Mas o que me deixou mais preocupado

Foi o abismo em que o ouro e a prata

Jogaram-se e ficaram.

Não havia mais nada,

Mas o pequenino quartzo negro

Que mesmo sendo pequeno e sofrendo

Ali estava radiante com a minha chegada.

Na verdade, para a menor jóia de todas

Eu nunca havia partido, sempre estive ali

Mesmo que com lágrimas nos olhos

E apertos constantes no coração,

Ela sempre pode me ver,

Ver através do véu da solidão.

Sempre pensei que ninguém se magoaria

Mas até meu negro quartzo,

Mesmo fingindo não ter sofrido,

Ficou magoado

E hoje estou aqui, arrependido

Pelo fato consumado do passado

E escrevendo à meia noite

A poesia do meu coração partido.


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