sexta-feira, 25 de setembro de 2009

(Semanal)Fanfic- Entardecer (original)


Reação de Luna perante Henry

É estranho como meu corpo reage na presença dele,é algo novo, posso sentir que é. Nunca, em minha vida, encontrei alguém que me fizesse isso comigo, somente Henry. Era como se eu descobrisse algo novo numa face entalhada de um antigo amigo, amigo de meu tempo de infância, no qual éramos ingênuos e corríamos livres pelos campos floridos, perto do pé da montanha de curvas sinuosamente gentis.

Quando se aproximava de mim, sentia-me feliz, viva e completamente boba. Meu corpo tremia sutilmente, minha pele suava, o calor de meu corpo ficava mais intenso-ele ficava morno-, o fluxo do sangue em minhas veias aumentava por causa dos batimentos acelerados de meu coração e minha respiração falhava em alguns momentos- o que me deixava zonza por esquecer-me de respirar.

Ficava pensando nele, no que ele fazia, o que estava pensando, o que sentia, no que se preocupava, enfim, em tudo que se relacionava a ele, principalmente em nossa amizade antiga, que para mim se desfazia e se tornava algo maior e incontrolável. Não queria que nossa linda e antiga amizade terminasse, por isso, não falava para ninguém sobre o que sentia em relação a ele, mantinha em completo sigilo.

“Proibida de sentir, impossível controlar”, era o que eu pensava toda vez que vinha em minha mente a questão de nossa relação e meus sentimentos-isso me corroia sempre, era como um veneno em meu corpo, que me sufocava e matava-me lentamente. Não podia ser demonstrada ou observada, mas acontecia, amarga e dolorosamente, e isso me deixava infeliz.

Não sabia exatamente os meus limites com ele, sobre o quanto eu suportava e até que ponto iria agüentar, sabia somente que era preciso. A cada dia ao lado dele, sentia-me mais indefesa, mais fraca e quase completamente derrotada, mas o mais curiosa é que, eu não queria sair do lado dele e nem sei se conseguiria sobreviver a isso. Me sentia mal, deslocada e incompleta quando não o tinha, nem ouvia a voz dele, era uma sensação contraditória e confusa, mas confusa que minha mente estava.

Será que eu era algo com um grande defeito? Defeito de não ser completa. Ou era apenas me sentia natural ao lado dele e sentia falta disso? Afinal, ele era meu primeiro amigo , a primeira pessoa que eu conhecera que não pertencia a minha família, amigo de verdade. Grande influência de nossas famílias que sempre foram grandes amigos.

Será que meu laço de amizade com ele estava se transformando em outro tipo de laço? Um mais forte e incontrolável. Ou será que era fruto de minha imaginação? Medo talvez. Mas, medo de que? De perdê-lo? Isso nunca iria acontecer, pois desde nossas infâncias, nossas almas eram entrelaçadas e não era agora que iria acontecer algo, não é mesmo?

Ah! Estou enlouquecendo ou não aprendi a viver sem a presença de Henry, minha alma? Grande erro o meu. Tinha que aprender a me desvencilhar e a viver sem ser dependente da ala de meu parceiro. Enorme desafio, não é mesmo?

Tentei aprender, mas de nada valeu, não consegui fazer minha lição e acabei fracassando. Ainda sou um organismo vivo dependente de outro, outra alma. Na realidade, conseguia sobreviver, mas sentia um vazio no meu peito e no meu espírito, como se algo morresse dentro de mim ou fosse arrancado, isso se ele não estivesse por perto.

Admito, eu era viciada em Henry e ele nem sabia. Era meu tipo predileto de droga, igual ao cracke - no qual o usuário vicia rápido e passa a depender da droga de hora em hora-, ele era exatamente meu tipo predileto de cracke, doce e sutil. Ele era uma droga desconhecida pelos outros e que só surgia efeito em mim, porém, eu não falava para alguém, pois tinha medo de ser separada dele novamente. Eu traia meu corpo ao negar-me admitir que eu tinha a necessidade de contá-lo a verdade e acabava ficando calada e ao lado dele.



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