quinta-feira, 13 de maio de 2010

Desabafo de uma condenada


De quantas maneiras alguém pode morrer e voltar a viver?Vivo me perguntando isso a todo o momento, mas, incrivelmente, não sou capaz de achar uma resposta concreta, não vejo nenhum caminho ou rumo certo que me faça ver o paraíso. Não há nada algo que possa me confortar ou me dar apoio neste momento, pois sou como uma rosa sem vida, rosa que murcha e morre sem a terra, uma rosa teimosa e que tenta viver, somente uma rosa solitária.


Como morrer e desejar ir para o paraíso quando se sabe que irá para o inferno? Quando a alma esta condenada a um só destino, a um só lugar, como lutar e sair vivo? Não há saída, não há como concertar o caminho sinuoso, não existe chances a favor, não tem lágrimas nem sorrisos, somente um vasto mar escuro abaixo de um enorme precipício que esta prestes a servir de ponte para o destino.

Tento respirar, mas a única coisa que consigo é arfar, gemer e chorar. Viver com a escuridão como companheira não é tão bom quanto viver com uma linda flor em um jarro de cristal, não há vida na escuridão, só dor. Não tenho vida, nem alma, só um eterno corpo a perambular pelas ruas vagas do mundo e caminhos tortuosos da vida. Não tenho como fugir dela ou me esconder, nunca se esconde de algo assim. Sou algo monstruoso, destinado a ter um único fim, um fim trágico e perfeito para mim.


Mas, se creio que a minha luz esta próxima de mim, a minha salvação, minha redenção, posso falar que meu sol que me aquece, que me ilumina, pode me salvar da escuridão, me erguer das águas profundas do mar abaixo do abismo ao qual pulei, pode me guiar e me fazer feliz. Nunca me senti completamente perfeito, mas há algo no meu anjo que me faz pensar que com ele posso ser tudo e fazer tudo, ele sempre estará comigo, nunca me abandonará, mesmo afastados fisicamente, criamos elos, elos aos quais não podem ser quebrados, são eternos. Acho que posso ir para o paraíso, mas, somente, se ele for comigo.

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